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William Michon
CRISTÃO LEIGO – VERDADEIRO SUJEITO ECLESIAL

 

“Vai e reconstrói a minha Igreja”(S.Francico de Assis)

 

“Como cristãos somos chamados a viver como discípulos de Jesus Cristo em nosso dia a dia. A partir da sua vocação específica, os cristãos leigos e leigas vivem o seguimento de Jesus na família, na comunidade eclesial, no trabalho profissional, na multiforme participação da sociedade civil, colaborando assim na construção de uma sociedade justa, solidária e pacífica, que seja sinal do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo”.(CNBB, Doc 105, n.11)


     

 No prelúdio do Ano do Laicato, eu William Michon, missionário leigo da Pastoral do Dízimo, desejo nas linhas abaixo testemunhar a missão e apostolado na minha Igreja de Cristo. Iniciei meus trabalhos efetivos na Pastoral do Dízimo na Paróquia São Mateus, em São Mateus do Sul/PR, jurisdicionada à Diocese de União da Vitória – Pr. em novembro de 1992. O histórico do início desta caminhada do dízimo, foi a minha inquietação e questionamento quanto às campanhas realizadas para se obter recursos para a aquisição de bens temporais para a evangelização do Povo de Deus. A partir das intrigantes campanhas, eu corajosamente propus que iniciássemos a Pastoral do Dízimo, como meio de sustentação das necessidades financeiras da paróquia. A proposta foi aceita pela CAF (Comissão de Administração e Finanças), quando me indicaram como coordenador da pastoral, que ousadamente aceitei. Coordenei por aproximadamente um ano, até a minha transferência para Curitiba. Neste período de instalação da pastoral, tivemos significativos avanços e fomos os pioneiros nesta pastoral, na Diocese de União da Vitória, na época sob o episcopado de Dom Walter Michael Ebejer, quando mobilizou as lideranças suscitando a Pastoral do Dízimo, como meio de sustentação da Igreja Particular.

      Já morando em Curitiba, apresentei-me como agente da pastoral do dízimo de minha paróquia de origem ao Pároco da Paróquia do Senhor Bom Jesus, no bairro do Portão em Curitiba/PR, onde passei a frequentar. O pároco então com muita cautela, disse-me que era para começar com a pastoral do dízimo com prudência, pois os frequentadores eram fieis e deveria ter cuidado ao apresentar o dízimo. Iniciei os trabalhos na coordenação da pastoral do dízimo nesta época, ficando até meados do ano de 2001, aplicando algumas inovações, com avanços significativos, na conscientização do povo de Deus e consequente resultado financeiro.       

A partir do ano de 2002, iniciei meus trabalhos como membro da Pastoral do Dízimo na Arquidiocese de Curitiba, atendendo o convite do Con. Ivanir, onde desde de junho de 2006, permaneço na coordenação. Nestes onze anos à frente da coordenação da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo, posso contabilizar juntamente com a equipe que me acompanha, sucessivos avanços nos trabalhos missionários, nas paróquias e comunidades de nossa Arquidiocese. Este trabalho tem me proporcionado muitas alegrias, sobretudo a sensação de atender ao chamado missionário na construção do Reino de Deus. “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; pelo contrário é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16) Além do mais, a satisfação de ter o apoio de uma equipe fiel, quando alguns deles me acompanham até hoje desde a minha posse. Também a alegria do apoio permanente do Senhor Arcebispo, padres, diáconos e leigos, que manifestam carinhosamente seu apoio e reverência ao nosso trabalho missionário.

      Entre os avanços mais importantes, na Arquidiocese, além dos seminários semestrais que realizamos, está o estabelecimento da Escola Itinerante do Dízimo, que percorre os Setores Pastorais, orientando e dando suporte às coordenações setoriais e paróquias, assim como para lideranças, agentes de pastoral interessados e comunidade geral.

        É significativo para a Arquidiocese, a constatação de que algumas paróquias já estão abolindo os jogos (show de prêmios, bingos, rifas, etc.), fruto de uma exortação muito oportuna do Senhor Arcebispo, e insistência nas pregações da Pastoral do Dízimo, sobre os meios de arrecadação pastoralmente postulados. Nestas paróquias, as festas continuam acontecendo naturalmente na perspectiva de confraternização entre comunidade de fé, com resultados muito positivos no sentido de pertença e corresponsabilidade.     

      Simultaneamente, estou atuando como coordenador da Pastoral do Dízimo, na Paróquia Santuário do Senhor Bom Jesus em Campo Largo/PR, onde resido atualmente.

       Para que este trabalho pastoral seja concretizado com determinação e ardor missionário, é necessário bastante disposição voluntária para atender as demandas da missão. Não há receita pronta, mas ouso indicar alguns caminhos que para mim são muito importantes e que animam sobremaneira a espiritualidade da caminhada pastoral: orações (leitura orante da Palavra), liturgia das horas, celebração diária da eucaristia, obras de misericórdia, estudo permanente  dos documentos do Magistério da  Igreja, participação em congressos, seminários, cursos extensivos, etc.  Também é importante para o trabalho que realizamos, a sintonia com o Clero Arquidiocesano, quando recebemos apoio e reconhecimento da nossa missão, pelo nosso Arcebispo, bispos, padres e diáconos, que muitas vezes de maneira humilde mas com muita sabedoria, prestigiam nossa missão com sua presença dinâmica em nossas palestras e pregações, autenticando a eclesialidade do nosso trabalho missionário. 

      A minha opção pela pastoral do dízimo há 25 anos, foi uma bênção, pois tenho a oportunidade de conhecer melhor a minha Igreja, suas necessidades e seu potencial, integrando-me no meio eclesial e tendo como referenciais, pastores dedicados e profetas sábios, que me ajudam sobremaneira a ser um missionário do dízimo!

Aos caros leitores, desejo que a partir da minha experiência de sucesso apesar de minhas limitações, possam ser incentivados a se engajarem de maneira intensiva e disciplinada, num ministério da Igreja tão necessário e urgente, que fascina, encanta e desafia, mas transforma a concepção de vida e convivência fraterna, num oceano de bênçãos e graças, podendo em tudo dizer humildemente: “Graças a Deus! ”

Publicado na Revista Voz da Igreja - Mês de Outubro de 2017

Arquidiocese de Curitiba

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