top of page
Diácono Henry Cunha

Ser Dizimista

 

A partir do momento em que as pessoas ouvem o chamado de Deus em seus corações para contribuir com sua comunidade e tornam-se dizimistas, passam a participar efetivamente da edificação da Igreja de Cristo na terra. Lemos no Doc. 106 da CNBB: O Dízimo expressa a participação da pessoa batizada na missão de anunciar o “Evangelho da alegria”.

Ser dizimista é olhar as dificuldades das pessoas com desejo de ser resolvido logo, para que a dor imediata do irmão se transforme na alegria de louvar o Senhor Ressuscitado. Assim, age na intenção dos pobres. Mas não só isso, quem contribui com a messe do Senhor trabalha para que a o amor de Deus chegue também aos ouvidos de muitos, ou seja, a mensagem chegue a todas as pessoas através do trabalho de evangelização (catequese, missões). 

Quando o edifício da Igreja precisa de cuidados ou precisamos de espaços para mais atividades pastorais, a quem iremos? O dizimista também colabora neste sentido, por isso, mesmo contribuindo com o seu pouco que lhe é possível, faz muito pela comunidade em que vive. Na medida em que se ampliam as instalações, pessoas podem ser melhor atendidas pela igreja.

Vale lembrar que, a Igreja e Eucaristia são sacramentos da presença de Jesus Cristo no mundo. Precisa ter um corpo sacerdotal presente para animar, manter a vida e a unidade cristã da Igreja. Os padres desempenham um papel fundamental na animação da vida espiritual do povo de Deus. São pessoas preparadas durante muito tempo e designadas pelo Bispo, destinadas a uma comunidade de fiéis para serem vigários do Bispo (que é o Pastor daquela porção de povo de Deus) em todas as localidades. 

Para tanto precisam ter condições mínimas para servir a comunidade. Local de moradia, alimentação, transporte de modo que possam inculturar-se e viver junto da comunidade e atender suas necessidades.

As realidades da vida do sacerdote são desconhecidas das grandes populações das cidades, que passam duras provas de julgamentos pelas pessoas que odeiam a Igreja e se manifestam publicamente contrárias aos seus ensinamentos. Mesmo assim os padres caminham com o povo, acolhem, presidem a Eucaristia, consolam, distribuem os sacramentos e santificam as comunidades.

Em contrapartida, os padres precisam também ser sustentados humanamente pelos fiéis. Este ponto, às vezes é o mais crucial para algumas pessoas e foco de críticas para muitos. Infelizmente aqui encontramos um ponto de inflexão. Muitos fiéis quando se deparam com este assunto procuram desviar-se. Calados, muitos não concordam em misturar dinheiro com fé. São pessoas que pensam estar sendo exploradas pela igreja devido a boa vontade de seu coração. 

Entretanto para muitos, que já tem a experiência em suas vidas, e que contribuem na dimensão do Dízimo há um sentimento de pertença maior à comunidade, do que apenas os que participam de uma celebração e se recolhem. Uma espécie de compromisso familiar diferente daquele da família sanguínea, onde nos dedicamos prioritariamente, mas agora, alargados os olhares, podemos ver que o amor de Deus é distribuído também aos irmãos que convivem conosco na fé.

 

O dizimista feliz reflete em sua mente:

 Em meus pensamentos observo e medito com amor as mudanças em minha vida! Não mais vou a enterros de parentes apenas, mas me compadeço com os que sofrem também na família cristã da comunidade (caridade, partilha). Olho os espaços, os objetos litúrgicos, o sacrário e o altar, onde acontece o Mistério, e observo piedosamente, com carinho, sinto ali minha casa com os irmãos que servem com amor na celebração, nossa casa (Igreja, religiosidade). Saio das celebrações ainda com o frescor do canto, das leituras bem feitas, do Evangelho proclamado pelo diácono, enfim dos diversos ministérios da igreja. Como é lindo ver os coroinhas servindo no altar.

Permaneço mais tempo naquele lugar sagrado, não saio correndo da missa antes da benção final e olhando os detalhes, apanho um papel no chão e jogando no lixo, abordo a ministra que passava para levar a comunhão a um doente (Igreja missionária). 

Sento na grama aparada pelo funcionário da Igreja, e confortável com a família agradeço os dons que Deus me deu (manutenção, serviços), depois me dirijo à secretaria da Igreja e falo com o funcionário que me orienta sobre as condições para ser padrinhos e madrinhas, pois eu não sabia. Neste momento alguém que não é da comunidade, um pobre se aproxima para pedir. Ele é orientado pelo funcionário da Igreja ou um paroquiano que serve na pastoral, que existe ali um serviço da pastoral social e ele pode ser acolhido, seja qual for sua fé, e fico impressionado com os cuidados dos detalhes com os quais a Igreja trata a vida humana.

 Chega alguém triste e desamparado querendo um conversa e um caminho, uma direção então lá está o padre para atendê-lo.  Por fim agradeço por ser dizimista e contribuir para a santificação do mundo, me sinto feliz, pois manter a Igreja em todas as suas dimensões (religiosa, eclesial, missionária e caritativa) transformou-me em alguém que faz muita diferença no mundo. 

Publicado na Revista Voz da Igreja - Mês de março de 2018

Arquidiocese de Curitiba

bottom of page